1 de mar. de 2014

Manual do Jovem Orientista - Dica nr 31

Dica no 31: Atenção com o picote eletrônico.


O sistema eletrônico facilita bastante a apuração e permite o controle de tempo em cada ponto. São necessários alguns cuidados especiais. O primeiro deles é o de não perder o e-card ou plaqueta; em eventos de mais de um dia, guarde com cuidado para o dia seguinte, até a devolução. Atualmente, os sistemas homologados pela IOF são EMIT e SPORTident. Esses sistemas são muito bons e resistentes. A vantagem do EMIT é que tem um papel para backup, caso alguma base tenha pane de gravação (pouco comum ocorrer quando as bases são novas). Em caso de erro do competidor, como o de não limpar os dados da plaqueta antes da partida, a plaqueta não registrará nenhum dos pontos de controle, mas ficará marcada no backup a passagem pelos pontos de controle, que poderá ser confirmado com outro backup da mesma categoria. O tempo será tirado pela apuração manual, obrigatória como backup da apuração eletrônica, justamente para erros como este que podem ocorrer. Se o competidor deixar de marcar um ponto de seu percurso, marcando um ponto de outra categoria, ficará faltando a perfuração do ponto correto em seu backup. 

O SPORTident não possui papel de backup, por isso é importante ter mais atenção para limpar os dados do chip antes da partida. Na partida fazemos dois procedimentos: o primeiro é limpar os dados do e-card, geralmente ao entrarmos na área de partida 3 ou 4min antes, e o segundo é checar na última posição 1 ou 2min antes da partida. 
Este sistema possui um sinal sonoro na base, que apita quando marcamos o ponto de controle, além de uma lâmpada que pisca. Se não ouvirmos o apito e a lâmpada da base não estiver acendendo, devemos usar o picotador comum que fica ao lado da base do SPORTident e picotar aquele ponto em nosso mapa. Este é o backup que temos em caso de falha em alguma base. 

Quando usamos o sistema eletrônico não temos o cartão de controle para conferir os pontos que já marcamos, por isso não podemos descuidar da sequência dos pontos no mapa, nem pularmos nenhum ponto de controle. Não é comum repetirmos os mesmos erros, mas sempre há oportunidade para cometermos erros que nunca ocorreram conosco. No percurso médio do Campeonato Mundial na Croácia, o ponto 3 ficava a cerca de 100m do ponto 2, apenas para evitar a formação de ângulo agudo. Após marcar o ponto 2, eu notei apenas uma linha grande para o ponto seguinte, que era para o 4, e esqueci de marcar o ponto 3, que não tinha linha ligando. Fui saber do erro após a chegada, quando fui desclassificado pela falta de marcação de um ponto de controle.

Outro erro comum que pode ocorrer em qualquer percurso, é o de posicionarmos a bússola um ponto adiante do que estamos. Este erro é mais comum em área “branca”, onde demoramos mais para identificar as diferenças do mapa com o terreno. No percurso médio do Campeonato Mundial na Holanda, após marcar o ponto 5, eu posicionei a bússola do ponto 6 para o 7. Foi a primeira vez que isto aconteceu comigo, já com 20 anos de prática. A diferença de azimute não era muito grande, cerca de 30 graus, mas quando cheguei na distância prevista, os detalhes do mapa não estavam batendo, então percebi o erro: eu tinha que ir para o ponto 6 e o mapa estava dobrado para o ponto 7. Posicionei a bússola na direção real que tinha seguido, medi a distância que tinha percorrido e dali mesmo fui para o ponto correto, após identificar um novo ponto de ataque, mas perdi mais de um minuto nessa distração. 

Não há problema se marcarmos um ponto de outra categoria ou fora da sequência por engano, mas se pularmos um ponto é necessário ir ao ponto correto e voltar aos pontos seguintes, confirmando a passagem na sequência correta para completar o percurso.

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