22 de fev. de 2014

Manual Do Jovem Orientista - Dica nr 30

Dica no 30: Cuidados com a marcação do ponto de controle.


Nos treinamentos e competições onde não for usado um sistema eletrônico, utilizamos o sistema de picotador mecânico, com um cartão de controle para comprovar a passagem pelos pontos de controle. Os picotes no cartão devem mostrar claramente que o competidor visitou todos os pontos de controle. Pelo menos uma parte do picote deve estar no quadrado destinado para o picote ou em um quadrado reserva vazio. O engano pelo competidor é aceitável, como por exemplo: picotar fora do quadrado correto ou saltar um quadrado; no entanto, todos os picotes devem estar claramente identificados. Um competidor que tentar ganhar vantagem marcando incorretamente pode ser desclassificado. 

O competidor que perder o cartão de controle, omitir um picote ou visitar os pontos de controles na ordem errada será desclassificado. Qualquer alteração deve ser informada à organização logo após a chegada. É importante verificar com atenção como ficou cada picote, antes de sair do ponto de controle. Se a marca do picotador estiver muito fraca, é melhor perder mais alguns segundos para picotar no quadrado reserva. 

No caso de picotar um ponto de controle de outra categoria, basta picotar o ponto correto no quadrado reserva. Se o competidor pular um ponto e verificar isto somente depois de picotar, por exemplo, marcando o ponto 3 antes do 2, ele vai ao ponto correto, marcando o ponto 2 no quadrado reserva, deve passar novamente no ponto 3, marcando no quadrado correspondente, daí segue normalmente o percurso. Se no caso anterior o competidor for direto do ponto 2 para o 4, sem passar novamente no 3, ele deverá ser desclassificado. Os organizadores procuram evitar situações onde as rotas possam passar por outros pontos do percurso, principalmente quando não há fiscais para conferir a sequência de marcação dos pontos, mas cabe ao orientista seguir a sequência correta, prevista pra todos os competidores de sua categoria, sem usar de qualquer meio ilícito para ganhar tempo. Não há mérito algum em vencer trapaceando. O que importa é ser um bom competidor, completando o percurso em condições justas, de acordo com as regras.

Vale lembrar que a perda do cartão de picote também desclassifica o competidor, por isso devemos sempre sair com ele amarrado ao pulso. Costuma-se segurar o cartão na mesma mão do mapa, entre os dedos médio e anelar, evitando deixá-lo pendurado, para não enroscar na vegetação. Usamos a mão livre para picotar e posicionar o cartão de volta. Deve-se observar o lado melhor para posicionar a numeração do cartão, ajuste este que é feito antes da partida, de maneira que facilite na hora de posicionar para o picote. Logo nos acostumamos a manusear o cartão independente do manuseio do mapa, basta um pouco de prática.

O sistema eletrônico facilita bastante a apuração e permite o controle de tempo em cada ponto. Mas são necessários alguns cuidados especiais. O primeiro deles é o de não perder o e-card ou plaqueta; em eventos de mais de um dia, guarde com cuidado para o dia seguinte, até a devolução. Atualmente, os sistemas homologados pela IOF são EMIT e SPORTident. Esses sistemas são muito bons e resistentes. O sistema EMIT consiste de uma unidade de saída que ativa o cartão eletrônico(e-card), e-card que o competidor usa para marcar o ponto. Os dados do e-card são processados por um programa de computador que fornece informações atualizadas sobre a corrida, rankings, tempos parciais, vencedores, etc.

A vantagem do EMIT é que tem um papel para backup, caso alguma base tenha pane de gravação (pouco comum ocorrer quando as bases são novas). Em caso de erro do competidor, como o de não limpar os dados da plaqueta antes da partida, a plaqueta não registrará nenhum dos pontos de controle, mas ficará marcada no backup a passagem pelos pontos de controle, que poderá ser confirmado com outro backup da mesma categoria. O tempo será tirado pela apuração manual, obrigatória como backup da apuração eletrônica, justamente para erros como este que podem ocorrer. Se o competidor deixar de marcar um ponto de seu percurso, marcando um ponto de outra categoria, ficará faltando a perfuração do ponto correto em seu backup. 

O SPORTident não possui papel de backup, por isso é importante ter mais atenção para limpar os dados do chip antes da partida. Na partida fazemos dois procedimentos: o primeiro é limpar os dados do e-card, geralmente ao entrarmos na área de partida 3 ou 4min antes, e o segundo é checar na última posição 1 ou 2min antes da partida. 

Este sistema possui um sinal sonoro na base, que apita quando marcamos o ponto de controle, além de uma lâmpada que pisca. Pode ocorrer de não inserir o e-card corretamente, nesse caso a base não apita, e devemos inserir novamente até ouvir o apito. Se não ouvirmos o apito e a lâmpada da base não estiver acendendo, devemos usar o picotador comum que fica ao lado da base do SPORTident e picotar aquele ponto em nosso mapa. Este é o backup que temos em caso de falha em alguma base. 

Quando usamos o sistema eletrônico não temos o cartão de controle para conferir os pontos que já marcamos, por isso não podemos descuidar da sequência dos pontos no mapa, nem pularmos nenhum ponto de controle. Não é comum repetirmos os mesmos erros, mas sempre há oportunidade para cometermos erros que nunca ocorreram conosco. No percurso médio do Campeonato Mundial na Croácia, o ponto 3 ficava a cerca de 100m do ponto 2, apenas para evitar a formação de ângulo agudo. Após marcar o ponto 2, eu notei apenas uma linha grande para o ponto seguinte, que era para o 4, e esqueci de marcar o ponto 3, que não tinha linha ligando. Fui perceber o erro após a chegada, quando fui desclassificado pela falta de marcação de um ponto de controle.

Não há problema se marcarmos um ponto de outra categoria ou fora da sequência por engano, mas se pularmos um ponto é necessário ir ao ponto correto e voltar aos pontos seguintes, confirmando a passagem na sequência correta para completar o percurso.

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