6 de set. de 2021

Manual do Jovem Orientista - Dica nr 52

 Dica nº 52: Sistema de Picotar.

Para fazer a abordagem do ponto existem duas variações de sistema: clássico e otimizado. No sistema clássico fazemos uma abordagem lógica: do ponto de ataque observamos a descrição e código do ponto de controle, observando a característica do ponto e posição do prisma. Ali geralmente utilizamos a orientação precisa, observando a direção com a bússola e contando passos ou navegando com atenção ao mapa. Ao avistar o prisma checamos o código, picotamos e a seguir preparamos o mapa ao sair na direção do próximo ponto. 

No sistema otimizado raciocinamos um pouco além do ponto de controle: do ponto de ataque verificamos a descrição e código do ponto de controle, observando a característica do ponto e posição do prisma, e observando ainda qual será a rota de saída para o ponto seguinte, ou seja, vendo um pouco além do ponto. É necessário pensar o que vai fazer adiante na rota para o ponto seguinte, ou pelo menos a direção geral para sair após picotar o ponto, e ao sair analisar a rota completa. Executamos a orientação precisa e preparamos o mapa para sair do ponto ao avistar o objeto do ponto de controle ou o prisma. Aí então picotamos, checamos o código e seguimos adiante na direção do próximo ponto com o mapa ajustado. 

Quando utilizamos um relógio com memória, incluímos em ambas as sequências a marcação do tempo preferencialmente ao sairmos do ponto de controle; a marcação do ponto de controle com o picote ou com o sistema eletrônico geralmente vem primeiro. Ambos os sistemas devem ser testados em treinamento, para vermos a qual nos adaptamos melhor. Também devem ser repetidos sempre de maneira semelhante, para serem automatizados com o uso constante, evitando possíveis erros.

A opção pelo sistema clássico ou otimizado vai depender de como treinamos, se sempre olhamos para a rota de saída antes de picotar, usamos o sistema otimizado e não perdemos tempo na saída do ponto; é somente uma questão de treinar para fazer sempre da mesma maneira.


É importante verificar se picotou corretamente. Um competidor com um picote faltando ou não identificável não deve ser classificado, a menos que possa ser provado com certeza que a falta do picote ou da identificação do picote não seja culpa do competidor. Neste caso excepcional, outra evidência pode ser utilizada para comprovar que o competidor esteve no controle, tais como fiscais de percurso, árbitros auxiliares, oficiais da organização, câmeras ou leitura externa da base do controle. Em todas as demais situações, tais evidências não são aceitáveis e o competidor deve ser desclassificado. No caso do sistema SportIdent, esta regra significa que se uma base que não estiver funcionando, ou que aparente não estar funcionando, o competidor deve usar o sistema substituto disponível, que tanto pode ser um picotador mecânico ou uma segunda base eletrônica, e será desclassificado se nenhum picote estiver registrado. Se o competidor picotar tão rápido que possibilite ocorrer falha na recepção do sinal de retorno, o cartão não conterá o picote e o competidor deve ser desclassificado, até mesmo se a base do controle tiver gravado o número do cartão eletrônico do competidor, pois somente poderá ser verificada após ser recolhida.

Ao sair do ponto de controle é importante olharmos o mapa com atenção. Um erro comum que pode ocorrer é o de posicionarmos a bússola um ponto adiante do que estamos. Este erro é mais comum em área “branca”, onde demoramos mais para identificar as diferenças do mapa com o terreno. No percurso médio do Campeonato Mundial na Holanda, após marcar o ponto 5, eu posicionei a bússola do ponto 6 para o 7. Foi a primeira vez que isto aconteceu comigo, já com 20 anos de prática. A diferença de azimute não era muito grande, cerca de 30 graus, mas quando cheguei na distância prevista, os detalhes do mapa não estavam batendo, então percebi o erro: eu tinha que ir para o ponto 6 e o mapa estava dobrado para o ponto 7. Para corrigir o erro, posicionei a bússola na direção real que tinha seguido, medi a distância que tinha percorrido, marquei a nova direção com a bússola e dali mesmo fui para o ponto correto, após identificar um novo ponto de ataque, mas perdi cerca de um minuto com este erro. Por isso, além de executarmos o sistema de picotar corretamente, temos que redobrar a atenção ao mapa na saída do ponto de controle.

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