6 de set. de 2021

Manual do Jovem Orientista - Dica nr 51

 Dica nº 51: Sistema de Escolha de Rota. 

É fundamental sempre fazermos boas escolhas de rota. A prática de uma sistemática para isso é importante para chegarmos a boas escolhas. Nesta sistemática, costumamos raciocinar do final da rota para o começo, ou seja, primeiro verificamos a característica do ponto de controle. Em seguida vemos as opções de ponto de ataque e definimos qual melhor ponto de ataque. Daí vemos todas as rotas para o ponto de ataque. Escolhemos uma rota, a que nos parecer mais favorável. Muitas vezes não há diferenças significativas entres algumas variações em área branca, a escolha de rota geralmente depende da escolha pessoal, sendo mais determinante a execução correta e com rapidez. 


Os bons traçadores de percurso geralmente posicionam os pontos com mais de uma opção de ponto de ataque. A escolha do ponto de ataque mais adequado depende da característica individual, principalmente da confiança em aplicar determinadas técnicas. O uso de ponto de ataque é obrigatório, mesmo que seja o próprio ponto de controle anterior, quando os pontos são próximos. Em rotas curtas geralmente a escolha é uma linha reta até o ponto de ataque, sendo importante eleger um ponto de ataque bem distinto.

Um bom corredor às vezes prefere uma rota um pouco mais longa, mas que permita correr com velocidade média mais rápida. 

Em percursos mais longos é comum escolhermos rotas que demandem menos cuidado com a navegação, não apenas pela facilidade de corrida, mas também devido ao cansaço mental comum na parte final do percurso. É melhor seguir uma rota fácil e segura, em vez de arriscar a possibilidade de erro em área com muitos acidentes do relevo, devido ao cansaço mental. Em áreas com bastante detalhe de relevo, a escolha de navegação mais segura até o ponto de ataque é aquela utilizando objetos mais característicos do terreno. 

Temos que levar em conta a quantidade de subidas no percurso. Observamos pelo cartão de descrição, logo na partida, o cálculo do desnível para o percurso. Ali mostra qual a quantidade de subida total (desnível), que é dada como a subida em metros ao longo da rota provável mais curta. O termo usado nas regras da IOF literalmente é subida total, desnível foi o termo usado tradicionalmente pelos militares nos campeonatos militares e que posteriormente foi adotado pelas federações e pela CBO. Inicialmente os militares contavam as curvas de nível que subiam ao longo da linha vermelha, mas isso mudou com as últimas versões das Regras da IOF. A regra da IOF quer dizer que precisamos analisar as rotas, ver a rota provável mais curta para cada ponto e contar as curvas de nível que sobem, para ver o quanto vai subir pela melhor rota de cada percurso. Sabemos que o traçador de percursos deve ter como objetivo que os percursos que não sejam muito exigentes fisicamente, mas esse princípio nem sempre é obedecido. 

Os percursos devem ser traçados de modo que normalmente os competidores possam executar a maior parte do percurso correndo de acordo com seu nível de habilidade. A subida total de um percurso normalmente não deve exceder 4% do comprimento do percurso pela rota mais provável. O modo de cálculo não está explícito na regra. Esses 4% podem ser considerados pela distância total, mas também pode ser aplicado a cada perna, principalmente se a área não for muito acidentada. Neste cálculo, cada Km não deve ter mais que 40m de subida (isto é bastante subida!). Numa perna com 500m, por exemplo, a subida não deve passar de 20m, 4 curvas de nível na equidistância de 5m. Em áreas com muita elevação, o traçador pode evitar as rotas com muita subida, ou minimizar dando opções de subidas mais suaves, e aí considera-se razoável o somatório das subidas não passar os 4% da distância total do percurso. Ao analisarmos as pernas individualmente, devemos escolher aquela em que poderemos correr na maior parte do tempo, que coincidirá com a melhor opção colocada pelo traçador.

 Depois da escolha basta executar o planejado, conferindo os pontos de referência até chegar ao ponto de ataque para abordar o ponto. Quando há linhas de segurança antes do ponto de ataque, como trilhas e cercas, podemos “soltar” a corrida, isto é, fazer um ritmo mais forte, com certa segurança. Neste último caso, devemos estar preparados para mudar a rota no caso de perder o contato com o mapa ao desviar da direção prevista, mesmo sendo um desvio previsível; são pequenos ajustes na execução da rota. 

Para abordar o ponto, devemos estar preparados para mudar o estado mental, observando com mais atenção os detalhes ao aproximar-se do ponto, reduzindo a velocidade se necessário, até avistar o objeto do ponto de controle ou o prisma.

Ir ao ÍNDICE

Nenhum comentário:

Postar um comentário