28 de ago. de 2021

Manual do Jovem Orientista - Dica nr 50

 Dica no 50: Sistema de Avaliação de Distância. 

Inicialmente é importante aferirmos a contagem de passos na distância de 100m, principalmente a contagem pela respiração quando estamos correndo. É preciso saber a contagem também em diferentes terrenos. Esta é feita na prática de um percurso qualquer, onde medimos a distância com a régua da bússola, fazemos o cálculo para aquela escala e efetuamos a contagem, comparando a distância medida no mapa com a verificada no terreno. 

Para a “calibração de passos” na corrida devemos: contar os passos (contagem da respiração) entre dois objetos e aplicar a contagem para outros objetos, memorizando os ajustes verificados. 

É importante aferir nas diversas situações: diferentes inclinações de subida, nas decidas, nas estradas planas, dentro dos bosques, etc. Comprovamos que diferentes situações implicam em contagens diferentes, por isso precisamos saber qual é a contagem a ser utilizada em cada situação. A vantagem desta verificação está em saber a distância correta em cada tipo de terreno ou ao longo de referências. Devemos verificar a calibração nos treinamentos, para estarmos prontos para executar a contagem adequada em competição. Para a categoria Elite, é muito comum termos o uso de azimute e contagem de passos saindo direto de um ponto de controle para chegar ao ponto de controle seguinte.

A avaliação de distância é realizada paralelamente às técnicas mais importantes, e não pode ser desprezada, principalmente quando é necessária a orientação precisa. Até quando navegamos pelo terreno, é importante marcar a distância de uma referência até a seguinte, para não seguirmos por uma crista diferente da que leva ao ponto de controle. Também é importante em rotas longas, quando precisamos pegar uma trilha indistinta para uma boa rota; para saber exatamente quando for chegar a uma junção de trilha menos distinta, ou em orientação noturna; quando o ponto de controle está em uma área muito detalhada, para evitar erros paralelos (numa área com várias colinas pequenas e montículos, por exemplo); ou quando o mapa tem poucos detalhes próximos ao ponto de controle. Nessas situações a avaliação de distância é fundamental para mantermos a concentração, fazendo uma navegação mais segura. 

No início do revezamento noturno do Jukola 2005, o primeiro ponto de controle era bem distante, cerca de 1,5 km da partida. Escolhi a rota por uma estrada à esquerda da linha do azimute, pois subia menos, mas deveria voltar à floresta numa curva. Como estava bastante escuro na floresta, ao sair da estrada principal já comecei a marcar a distância entre as referências seguintes. Haviam algumas elevações adiante que geravam dúvidas na rota. Quando subi numa crista alongada, estava marcando a distância prevista até o ponto, mas não encontrei nada quando chegou a distância marcada. Olhei para a direita e vi várias luzes na crista ao lado, e lá estava o ponto de controle. Por causa da avaliação de distância não perdi tanto tempo, pois teria muita dificuldade para relocalizar-me no escuro e seria uma perda de tempo terrível se não estivesse navegando com alguma técnica de segurança.

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