28 de ago. de 2021

Manual do Jovem Orientista - Dica nr 49

 Dica no 49: Sistema de Uso da Bússola. 

Como Amyr Klink escreveu em seu livro Cem Dias entre Céu e Mar, "Navegar é preciso. Viver não é preciso... Eu vejo do mar com olhos diferentes do que em terra. Navegar, eu entendo, é a arte da precisão, e viver é, antes de mais nada, fundamental. O navegador não vaga a esmo, mas se prende a tudo que é possível, para tornar preciso o seu caminho. A exata posição dos astros no universo, no preciso segundo de cada minuto, em cada hora, o vento, o sol, sinais de todos os tipos, dados de todos os acidentes, registros de todas as forças e movimentos. E na arte de navegar nada exige maior precisão do que aportar, com segurança e onde se quer."  

Podemos fazer uma comparação do comentado acima com a navegação com bússola, para poder chegar com segurança onde se quer. Tanto usando bússola de dedo ou normal, o processo é semelhante, pois devemos sempre consultar nossa bússola. Na verdade, os atletas experientes e da elite geralmente fazem uso mais constante da bússola para tirar proveito da navegação em linha reta quando necessário, além de prevenir erros comuns que ocorriam quando eram iniciantes.

Devemos checar a direção geral em cada perna, fazendo a leitura rudimentar, correndo com o braço estendido ao ajustá-la. É importante tomarmos cuidado com erros de 180° (contra-azimute), quando seguimos na direção contrária ao azimute. Para isso a atenção ao posicionamento no mapa é muito importante.

Dependendo da característica do ponto de controle, quando a vegetação tem uma boa visibilidade, é possível chegar até ele passando pelo ponto de ataque correndo, tirando o azimute em corrida e seguindo com atenção até visualizar o elemento na distância prevista. Mas em áreas onde a visibilidade não é boa, há a necessidade de fazer leitura precisa, é preciso parar um pouco no ponto de ataque e ajustar a bússola movendo mais devagar. Depois de ajustada, levantamos a cabeça, tiramos a visada e seguimos em frente. Este cuidado leva apenas alguns segundos, mas é melhor perder alguns segundos do que mais de um minuto, quando não acertamos o ponto de controle na primeira tentativa. 

A diferença principal no uso da bússola de dedo, além desta estar sempre em contato com o mapa, está no método consistente para segurar, mantendo-a sempre apontando a direção a seguir no mapa. Podemos colocá-la às vezes com a base da régua sobre o ponto em que estamos e o prolongamento na direção a seguir, para conferir o posicionamento correto, fazendo a visada adiante, e posicionando em seguida para trás, retornando com a ponta indicando a posição em que estamos. 



Outro detalhe importante é que sempre devemos ajustar o posicionamento do corpo para acertar a direção, não girando o pulso. A posição de leitura da bússola é sempre à frente da linha média do corpo, com a base da bússola apontada para o umbigo e a ponta da seta de navegação indicando a direção a seguir, para termos uma visada correta, e manter a bússola paralela ao solo para que a agulha não se prenda ao girar. Com este tipo de posicionamento garantimos melhor precisão na direção, tanto parado como em movimento, e podemos chegar com bastante precisão onde quisermos.

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