29 de out. de 2011

Manual do Jovem Orientista - Dica nr 13

Dica no 13: Faça contagem de passos pela respiração.

A avaliação de distâncias é feita pela contagem de passos, que é importante desde novatos até orientistas de elite. Em diversas circunstâncias, é importante contar passos de uma referência para outra, para ter a noção correta de quanto progredimos e se estamos perto ou não de um objetivo. A avaliação mais precisa é a contagem de passos duplos andando, a mesma feita pelos mapeadores. A referência geralmente é a distância de 100m, a partir da qual fazemos o cálculo para outras distâncias. Mas para competição, devemos utilizar a contagem de passos correndo. 

Desde o início aprendi a contar os passos correndo pela respiração. Ao aferir a distância aprendi a contar os passos andando e depois a contar as respirações quando estivesse correndo. A frequência respiratória normal é 4 passos, ou 2 passos duplos. A precisão é menor, o que é normal quando corremos, porque a passada também varia de acordo com o terreno, mas contar pela respiração é muito mais prático que tentar contar pelas passadas. 

Para Para fazer a contagem pela respiração, bastar contar quando expiramos o ar, que sempre bate na mesma perna. O uso de 2 ou 6 passos pode ser treinado por escolha pessoal, sem interferir na performance. Não é comum o uso da frequência respiratória de passo duplo, mas para os atletas altos e com passada larga pode funcionar também. Um exemplo é o do campeão mundial de distância longa e de revezamento, o norueguês Olav Lundanes, que tem perto de 2m de altura e passada larga, ele usa esse tipo de respiração como característica marcante, além de fazer a expiração pela boca com bastante ruído. 

Por causa da orientação eu ajustei minha frequência respiratória para 6 passos, onde a contagem fica menor, e nunca tive problemas para realizar corridas longas, nem mesmo em meias-maratonas. Esta é outra alternativa menos comum, mas viável para atletas mais baixos e de passada mais curta.

Para começar temos que fazer a aferição inicial, em qualquer local com 100m marcados, aferimos andando e contando passos duplos e depois fazemos a contagem correndo e contando pela respiração. Depois que temos esta aferição inicial em uma distância medida no terreno, devemos conferir as distâncias medidas no mapa com a executada no terreno, fazendo isso em cada área diferente que formos. Medimos a distância entre duas referências nítidas no mapa e no terreno, fazendo a contagem correndo. Fazemos a contagem em trechos diferentes, avaliando as diferenças apresentadas de acordo com o terreno e elevação. Vamos repetindo o processo e ajustando a contagem de acordo com a verificação prática. 

A graduação da régua da bússola deve estar ajustada à escala do mapa. Quando aparecer uma escala diferente, basta adaptar colocando um pedaço de esparadrapo com a nova marcação sobre a régua, depois tiramos para voltar a utilizar a escala comum. É possível fazer uma escala gráfica de passos, de acordo com a escala do mapa, mas esta é mais útil para os mapeadores, que utilizam o passo duplo, onde há pouca variação. Na contagem de passos correndo há muita variação, conforme o ritmo de corrida, a inclinação do terreno e tipo de vegetação, por isso é mais prático o uso da escala métrica da bússola, calculando a contagem conforme a situação apresentada. 

A facilidade de identificação da contagem adequada para cada situação depende da experiência, mas é importante tornar a avaliação de distância um gesto comum em toda orientação, automatizando o processo de modo que esteja sempre presente, pois várias serão as situações em que será útil, não apenas quanto usamos orientação precisa, mas também na navegação com orientação rudimentar, para diminuir as possibilidades de erros paralelos.