15 de nov. de 2024

Manual do Jovem Orientista - Dica nr 63

 Dica no 63: O primeiro ponto de controle é o mais importante.

O primeiro ponto de controle é o mais importante do percurso. Um erro no primeiro ponto pode comprometer seriamente o resultado do percurso, mais do que pequenos erros em outras partes. Isso porque geralmente perdemos mais tempo com os erros no primeiro ponto, nossa concentração não está adequada, e ainda não nos adaptamos completamente ao mapa. Por isso é necessário redobrar a atenção no momento da partida. Outro fato é que nossa contagem de passos ainda não está ajustada com o tipo de vegetação, sendo mais difícil avaliar corretamente as distâncias no início do percurso. 

Devemos buscar a opção mais simples para chegar ao ponto de controle. Na maioria das vezes o primeiro ponto é posicionado de maneira simples, para facilitar o início de percurso, mas muitas das vezes, principalmente na categoria Elite, ocorre de o ponto de controle estar numa situação mais complicada. 



A regra geral é a mesma: buscar a navegação mais simples e iniciar com bastantes atenção nas referências nítidas até se adaptar ao mapa e ter confiança suficiente para navegar com mais tranquilidade. Passei por várias situações com erro no primeiro ponto, que foram decisivos no resultado final. Além do clima de nervosismo no início de percurso, o fator mais crítico é a adaptação ao mapa e a visualização das referências.

Numa etapa de Campeonato Brasileiro, com várias categorias competindo, meu erro foi o de tentar uma abordagem pelo azimute em vez da pontaria indireta, que seria a opção mais simples e segura. Era vegetação semiaberta com várias moitas, com grande possibilidade de desvios, o ponto de controle estava numa árvore distinta, que não era tão distinta assim. Com um pouco de desvio não encontrei o ponto de cara, tendo que ir mais adiante para relocalizar e voltar paralelo à uma linha de referência até encontrar o prisma. Poderia ter seguido a mesma linha de referência pelo outro lado desde o início, e assim não perderia tempo.

No percurso médio do Campeonato Mundial na Holanda o primeiro ponto não estava muito longe, mas era numa reentrância em local onde a vegetação reduzia a visibilidade e com pequenas elevações. Tive um pequeno erro de direção, mas o erro principal foi o de não definir um ponto de ataque, tentando um azimute direto de 300 metros, sem uma linha de segurança definida logo após o ponto. Quando passei a distância, demorei um pouco para relocalizar-me e encontrar uma referência nítida. Minha melhor alternativa foi buscar o segundo ponto, que estava numa pequena colina próxima, e cheguei quando o competidor que saiu dois minutos depois de mim estava picotando, então dali naveguei ao primeiro ponto. Meu resultado final não foi bom, porque ainda cometi outro erro mais adiante, o que também é comum ocorrer depois de errar um ponto. 

Sair com mais atenção e buscando referências mais fáceis de visualizar é a forma mais segura de iniciar um percurso. Assim depois de adquirir confiança e estar mais adaptado ao mapa é que podemos aumentar e velocidade e testar abordagens mais arriscadas.


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