IOF - Atleta do Mês de Outubro 2015
Nome: Daniel Hubmann
País: Suíça
Club: OL Regio Wil, Suíça / Kristiansand OK, Noruega
Data de Nascimento: 16 abril de 1983
Disciplina: Orientação Pedestre
Família: Casado com Annette Hubmann, filha Lina nasceu 09 de setembro de 2015.
IOF Ranking Mundial: 1º Distância Média e Longa, em 1º na Sprint.
Destaques da carreira: medalhas de ouro no WOC: República Checa 2008 e Hungria 2009, revezamento de 2009, Sprint 2011, médio e revezamento Scotland 2015. 19 medalhas em WOC no total. Ouro nos Jogos Mundiais: revezamento na Alemanha 2005, no médio em Taiwan 2009 e revezamento na Colômbia 2013. Seis medalhas de Jogos Mundiais no total. Ouro no EOC: no longo Bulgária 2010 e médio e longo em Portugal 2014. Dez medalhas de EOC no total. Na Copa do Mundo foi 6 vezes vencedor geral: 2008, 2009, 2010, 2011, 2014 e 2015. JWOC: ouro no longo e revezamento de 2002.
Ainda continua forte
No último Campeonato Mundial na Escócia Hubmann ganhou o ouro tanto na distância média e revezamento, e prata no de longa distância. Agora ele tem um incrível número de 19 medalhas em WOC, mas não há planos para sair, quer ganhar medalha ou ser um atleta de alto nível. Pelo menos não para por algum tempo.
— Claro, tenho 32 anos agora e posso não ter tantos anos adiante. Mas no momento eu não tenho planos de parar. É claro que eu ganhei todas as corridas importantes que se pode ganhar na orientação. Ganhar mais corridas é uma parte da minha motivação, ser um atleta profissional é outra parte. Eu tenho minha vida muito bem organizada agora com todos os patrocinadores, e recentemente assinei um novo contrato de três anos com o meu patrocinador principal. É por isso que eu não posso reclamar e eu vou continuar como um atleta profissional enquanto a motivação e os resultados estiverem estáveis.
Um Daniel Hubmann triunfante no WOC deste ano.
Hubmann foi treinado como um carpinteiro, e quando era mais jovem ele trabalhava em tempo parcial como um carpinteiro. Desde 2007 ele tem se concentrado no esporte em tempo integral, mas ele também é qualificado como um treinador.
— Daqui a alguns anos, você estará ajudando outros atletas para alcançar novas alturas?
— Hmm, eu não tenho certeza ainda, nem mesmo se estou qualificado como um treinador. Agora eu não tenho certeza se eu quero ter no futuro o mesmo estilo de vida que eu faço agora, com um monte de viagens para os mesmos eventos sem ter uma pausa.
Cowboy crescido
Ele sempre gostou de natureza e esporte. Quando era menino, Hubmann passou a maior parte de seu tempo ao ar livre, e estava na floresta com bastante frequência. Ele cresceu como um vaqueiro em uma fazenda com vacas produtoras de leite em Eschlikon, que fica no Nordeste da Suíça, a 50 km de Zurique. Cerca de 4.000 pessoas vivem na aldeia. Em Eschlikon ele tinha uma área de treinamento na floresta apenas a 300 metros de distância da casa.
— Existe muita floresta em torno de Eschikon, na sua maioria muito íngreme e não muito técnica. Mas é muito bom para o treinamento físico. O meu clube OL Regio Wil e meu treinador Kilian Imhof têm sido muito ativos e tivemos alguns anos com um grupo de treinamento agradável - irmãos Hubmann, David Schneider e outros. Existem seis treinamentos organizados a cada semana, diz Daniel.
Em 1994, com a idade de 11 anos, ele participou de sua primeira corrida em seu próprio país.
— Eu não me lembro da corrida toda.
— Você ainda tem o mapa?
— Eu tenho uma grande coleção de todas as florestas em que estive, mas eu não tenho mais esse mapa, porque cada vez que eu tinha uma corrida na mesma floresta novamente, eu descartava os mapas antigos, diz ele.
Não é uma família de orientistas
Daniel não cresceu em uma família de orientistas, mas seu tio Jörg Hubmann estava envolvido no esporte.
— Eu comecei por causa dele, ele me dava carona para as corridas.
Daniel foi bem sucedido em todas as categorias de idade desde novo. Orientação sempre foi seu esporte número um.
Qual é o seu conselho para os jovens orientistas tentando ficar melhor?
— Claro que você precisa trabalhar duro, mas se divertindo é pelo menos compensador. Eu acredito que o trabalho duro ao longo de alguns anos compensa, e muita coisa está ligada à sua motivação e sua vontade.
Os irmãos incríveis
Ele tem dois irmãos, Beat, nascidos em 1987, e Martin, nascido em 1989. Seu irmão mais novo também está entre os melhores do mundo. Martin tem prata no Sprint, no WOC na Escócia. No revezamento Sprint na Itália foi ouro.
— Em que nível está Beat?
— Ele faz orientação para se divertir agora, e foi treinar um grupo de jovens durante alguns anos. Anteriormente, ele estava na equipe nacional júnior.
O fã-clube
Daniel e Martin tem um fã-clube juntos.
— A Idéia do fã-clube é construir uma comunidade de pessoas que estão interessadas em nós. Alguns são orientistas, mas não são muitos. A pouco tempo tivemos nossa reunião anual e esperávamos 100 convidados. No total, tivemos 184 pessoas. Temos alguns novos membros este ano, talvez porque os irmãos Hubmann conquistaram todas as medalhas de WOC individuais para a Suíça neste ano, Daniel sorri.
— Com qual frequência você e Martin cooperam no treinamento?
— Nós vivemos em diferentes partes da Suíça, por isso, não treinamos juntos regularmente.
Passo importante
No JWOC na Espanha, em 2002, ele ganhou tanto na distância longa e revezamento em seu segundo e último ano como júnior.
— Quando eu ganhei o JWOC há treze anos eu realmente comecei a sonhar alto. Este foi um passo importante, esse sucesso na minha carreira me deu muita motivação.
Em seu segundo ano como sênior, ele terminou terceiro na classificação geral da Copa do Mundo, e conseguiu seu primeiro triunfo indivídual Copa do Mundo. Isso aconteceu em Battersea Park, em Londres.
— Foi um grande dia para mim em Londres. Naquela época, eu ainda não era capaz de vencer corridas na floresta em alto nível, mas por sorte foram sprints, e eu consegui vencer a minha primeira corrida no WC com a idade de 22 anos. Ainda me lembro do dia ensolarado, e que estava totalmente atordoado quando viajei de volta para o hotel.
Agora o incrível atleta suíço já executou 109 corridas da Copa do Mundo e ganhou 26 delas.
Prefeita Lola Ayinrode felicita Daniel Hubmann com sua primeira de até agora 26 vitórias individuais na Copa do Mundo.
Um monte de medalhas
Os vencedores de revezamento nos Jogos Mundiais, em 2005 - Matthias Merz, Lea Muller, Daniel Hubmann e Simone Niggli.
Mais tarde, em 2005, ele ganhou a prata no sprint no WOC no Japão e bronze no revezamento no mesmo campeonato. Três anos depois ele conseguiu seu primeiro ouro no WOC ao vencer a longa distância. No ano seguinte foram mais duas medalhas de ouro e, em 2011, foi o primeiro lugar no sprint na França. O próximo grande passo foi um WOC em casa, mas Daniel não chegou a competir dessa vez.
Durante a segunda perna do revezamento, no último dia do Campeonato Europeu de 2012, na Suécia, ele teve uma lesão em seu tendão de Achilles que precisava meses para se recuperar. Ele se machucou apenas a algumas centenas de metros antes da chegada, não desistiu, mas terminou com grande dor. A lesão foi tão ruim que poderia ter sido o fim de sua carreira no esporte em alto nível.
— Ninguém poderia me dizer se eu seria capaz de fazer esporte de alto nível novamente, mas eu queria fazer uma tentativa.
Realmente de volta ao topo
Em 2013 ele estava realmente de volta ao negócio, e ficou em segundo lugar geral na Copa do Mundo, mas foi "apenas" quinto em seu melhor resultado individual no WOC, na Finlândia. Havia ainda algum caminho a percorrer, e não foi até este ano que sentiu que estava de volta ao melhor nível de 2008 e 2009 e talvez até um pouco melhor. Duas de ouro e uma de prata no WOC para dizer a verdade. Ele agora tinha seis ouros no WOC.
— Qual de suas vitórias foi a mais importante?
— Agora eu acho que o ouro no WOC deste ano na distância média foi o mais importante, porque eu estava esperando desde 2011 por mais um ouro. Durante este ano, muitas coisas aconteceram e algumas pessoas pensaram que meu tempo tinha acabado.
— Qual é o segredo do sucesso?
— Não há nenhum segredo. Eu acredito que a maior parte dele é um trabalho árduo ao longo de muitos anos.
Hubmann em ação no Campeonato Europeu de Orientação 2014
Nunca comete o mesmo erro duas vezes
Tio Jorg foi o primeiro professor de orientação de Daniel. Seu próximo professor foi Kilian Imhof, que ainda o treina até hoje.
— Eu comecei a cooperação com Daniel no final do século passado, mais de 15 anos atrás, diz Imhof.
— Por que ele está fazendo tão fantasticamente bem?
— Claro que Daniel é muito talentoso em habilidades de orientação e na execução. Mas do meu ponto de vista, ele tem duas coisas adicionais. Em primeiro lugar, ele é um trabalhador extremamente prático. Ele concentra-se nos pontos importantes, e ele comete erros apenas uma vez. Em segundo lugar, ele quer ganhar, mas ele também gosta de treinar e correr, especialmente em terreno de natureza agradável. Ele administra sua vida como um desportista profissional muito bem.
— Como Faz o seu trabalho de co-operação?
— No início, trabalhamos em estreita colaboração. Daniel vivia a apenas dois quilômetros da minha casa, e nos encontrávamos pelo menos a cada semana. Não só trabalhávamos no planejamento juntos, eu também o acompanhava em uma série de sessões de treinamento. Um dos meus objetivos de treinamento é fazer com que os corredores sejam mais e mais independentes e formados. Daniel tem agora uma qualificação de técnico, e ele sabe relamente como executar. Mas ainda temos algumas boas sessões de planejamento e discussão em conjunto.
Cinco anos atrás Kilian também começou a trabalhar com o irmão de Daniel, Martin.
— Este ano, intensificamos nossa cooperação para a preparação ao WOC. Fizemos um campo de treinamento privado Hubmann e tivemos alguns treinamentos extras de sucesso.
O treinamento de mapa
Daniel está no nível superior, tanto no sprint como nas disciplinas de floresta. Ele gosta de todo tipo de orientação.
— Eu cresci com ambos. Na seleção suíça começamos a focar no sprint muito cedo. No meu treinamento diário eu também foco na resistência e intervalados. Eu treino na floresta e treino no asfalto durante todo o ano.
A maior parte do treinamento que ele faz sozinho, ele encontra outros atletas apenas cerca de duas a quatro vezes por semana.
— Claro, por vezes, seria bom ter mais companhia, mas o treinamento bem na minha própria porta da frente é muito eficiente.
— Quantas vezes você treina com um mapa durante uma semana?
— Normalmente eu faço dois treinamentos com mapa em uma semana normal em casa. Eu sempre olho para alguns mapas do WorldofO.com e verifico as rotas de alguns eventos do Ranking Mundial ou de campeões nacionais de outros países. Faço isso cerca de duas a três horas por semana.
Quando ele não tem nenhum problema, a maior parte do treinamento é de corrida. Durante os últimos 12 meses ele treinou 600 horas de corrida e 130 horas de orientação.
A frase bem conhecida
Depois que Daniel ganhou seu primeiro título mundial em Battersea Park dez anos e meio atrás, ele disse para a IOF:
— Foi uma corrida perfeita. Eu não cometi erros. Foi o melhor sprint que eu já fiz.
Daniel tinha batido todos os melhores orientistas do mundo. Ele continuou a fazê-lo, e também tem sido capaz de utilizar a mesma expressão frequentemente.
— Bem, eu sempre digo que foi uma corrida muito boa, mas não tantas vezes que foi perfeita. Mas isso é verdade, muitas vezes eu estou muito feliz após as corridas. Acho que nas grandes competições eu realmente me esforço aos limites e tiro o melhor de mim, com foco total. Quando as corridas não são tão importantes, às vezes eu sou preguiçoso.
Uma nova vida
Em 2003, Daniel e Annette Kindschi se casaram. Ela também é uma orientista e participou da Copa do Mundo para a Suíça uma vez. Eles vivem em Herrenschwanden. Fica perto de Berna, mas é possível treinar na floresta correndo de casa.
No dia 09 de setembro, três semanas após o WOC, nasceu sua primeira filha, Lina. Lina mudou suas vidas.
— Não é mais uma organização individual, e eu não sou tão livre e flexível. A boa organização tornou-se ainda mais importante. Mas, por outro lado, a nossa pequena filha me dá muita energia e eu percebo quão fascinante é vê-la crescer.
A próxima grande meta
Agora ele está trabalhando duro para chegar a um nível ainda mais alto e ganhar seu primeiro ouro no WOC em terreno Nordic, em Strömstad, Suécia, em agosto.
— Para mim, é óbvio que eu não estou indo só para me divertir ou para ganhar uma medalha de bronze. Eu treino duro para ganhar outra medalha de ouro lá.
Texto: Erik Borg
Fotos: Erik Borg e Malin Björkqvist