28 de mar. de 2012

Manual do Jovem Orientista - Dica nr 19

Dica no 19: Orientação rudimentar ou precisa.


Existem dois tipos principais de orientação, aplicados em situações distintas e alternadamente. O mais comum é a orientação rudimentar, que consiste em correr a grande velocidade, utilizando a direção geral de progressão, deixando que o terreno determine o caminho a seguir, aproveitando-se as vias que ofereçam maior facilidade de progressão, usando referências de fácil identificação no terreno.

A orientação rudimentar caracteriza-se por permitir um rápido deslocamento, com o máximo de velocidade e poucas paradas. Não necessita de leituras frequentes na bússola, que é utilizada apenas para dar a direção geral, evitando a perda de tempo para tirar azimutes com precisão. A bússola é consultada durante a corrida; para tanto, é necessária mantê-la por alguns segundos à frente do corpo na posição correta (para permitir que a agulha fique estabilizada). Colocamos a bússola sobre o mapa e confirmamos se ele está orientado e se estamos seguindo na direção escolhida. O método mais indicado de leitura do mapa é o uso do polegar, acompanhando as referências. Para o uso simultâneo desses dois métodos citados, recomenda-se o uso da bússola de dedo, o tipo de bússola preferido dos orientistas da Elite. Para utilizar a orientação rudimentar deve-se considerar que só os acidentes mais importantes são observados, desprezando-se os detalhes do terreno (procurar pontos de referências nítidos). O uso dos acidentes maiores e mais distintos simplifica a navegação e garante sua segurança. O caminho exato é determinado pelo terreno, através das suas vias de acesso mais fáceis, mantendo-se a direção da progressão. Os acidentes do terreno pelos quais se passou são memorizados, bem como a sua sequência, pois isso será de grande utilidade caso algum erro seja cometido. Quando há uma linha de segurança bem definida corre-se o mais rápido possível até ela, preocupando-se apenas com a direção geral. O uso deste processo ao longo de vários trechos do percurso pode ajudar a reduzir bastante o tempo de execução. Deve-se manter o mapa sempre orientado com o terreno, facilitando a leitura e identificação dos pontos de referência, sem parar de correr ao ler o mapa. Este é o tipo de orientação mais usado, o outro é a orientação precisa, que requer mais atenção e redução de velocidade.

Uma utilização típica da orientação precisa é quando chegamos à última referência da orientação rudimentar, do ponto de ataque para o ponto de controle. Consiste em deslocar-se cautelosamente, seguindo um rumo dado pela bússola após uma leitura criteriosa, ou seja, parando para verificar o azimute com cuidado e tirando uma visada à frente antes de prosseguir. 

Esta técnica permite erros menores que 10m em cada 100m, dependo é claro da prática pessoal no uso da técnica. Esse rumo deve ser verificado regularmente em conjunto com a contagem cuidadosa de passos e uma leitura precisa do mapa, observando e verificando todos os detalhes do terreno minuciosamente. Quando seguimos a direção pela bússola, é importante mantermos a direção baseados nas visadas longas em objetos distintos, pois podemos desviar de árvores, moitas e pedras, mas temos que manter a direção por esses objetos visados; e quanto mais distante for nosso objeto na visada, mais preciso será nosso deslocamento pelo azimute. É surpreendente quando executamos esse método corretamente e chegamos exatamente no objeto do ponto de controle, principalmente em área com vegetação mais densa.


Em áreas mais detalhadas, é necessário diminuir a velocidade de corrida para poder confirmar os detalhes mais importantes. Nas situações onde não houver objeto algum logo depois do ponto de controle, a contagem de passos não pode ser dispensada. Com a bússola de dedo é importante segurarmos com firmeza e posicioná-la corretamente, tanto sobre o mapa como à nossa frente, de modo a obter azimutes mais precisos. Seu uso correto permite azimutes tão precisos quanto os tomados com a bússola comum.

24 de mar. de 2012

Veja no ORIENTOVAR: Joaquim Sousa


JOAQUIM SOUSA: "NÃO QUERO QUE ME TIREM A MIM PARA DAR AOS OUTROS"




E público e notório ser Joaquim Sousa uma das maiores referências de sempre da Orientação em Portugal. Como notório e público é o fato de ser pessoa de não deixar para amanhã o que pode ser dito hoje. Falador, extrovertido, contundente, polêmico, irreverente, o homem e o atleta diz de sua justiça ao Orientovar, numa grande entrevista que há muito se impunha.

17 de mar. de 2012

Veja no Blogue ORIENTOVAR: BTT no Brasil, por que não?

BARBARA BOMFIM: "NÃO SEI PORQUE É QUE NÃO TEMOS ORIENTAÇÃO EM BTT NO BRASIL"




Orientação em BTT no Brasil? E porque não? Afinal, muito coisa parece estar a precisar de ser desmistificada e Barbara Bomfim, uma brasileira nascida em Brasilia no ano de 1982, é disso a prova provada. Em Barcouço, Mealhada, o Orientovar foi ao seu encontro e aqui deixa mais uma grande entrevista no Espaço Brasil.

15 de mar. de 2012

Manual do Jovem Orientista - Dica nr 18

Dica no 18: Corra fora da trilha sem preocupação com o terreno irregular.

Depois de certa fase do aprendizado, começam a vir os pontos fora das trilhas onde o terreno é irregular. Para correr nessas áreas é necessário praticar, principalmente para ajustar o tipo de passada, que geralmente ocorre com elevação maior do joelho, por causa da vegetação. Em terreno irregular precisamos de mais mobilidade e firmeza na articulação do tornozelo; mobilidade de acordo com as diferentes alturas e firmeza lateral para não permitir torções. A principal dica é a de não ter medo de machucar-se, pois quando pisamos com firmeza, o cérebro ajusta automaticamente o processo de corrida de acordo com o terreno. É um processo intuitivo, onde usamos apenas a visão periférica para ver onde estamos pisando; não olhamos direto para o chão, olhamos para nosso objetivo à frente e deixamos o ajuste da passada por conta da visão periférica. Preferencialmente, este processo deve ser treinado inicialmente em florestas e campos mais limpos, evoluindo aos poucos para terrenos mais acidentados. Podemos fazer este treinamento inicial sem mapa, depois passamos a fazer como em percurso normal.

Eventualmente pode acontecer do pé virar de lado ao pisar numa pedra ou galho, ocorrendo uma leve entorse no tornozelo. Se for algo leve basta reduzir a velocidade até a dor passar e depois voltar ao ritmo de corrida normal. Se a dor não passar e o tornozelo começar a inchar, é melhor interromper o percurso e seguir caminhando para a chegada, colocando gelo assim que possível para reduzir o inchaço, procurando logo uma avaliação médica.

Outro aspecto importante é treinar corrida em subida e descida, pelo menos uma vez por semana, tanto para o fortalecimento da musculatura específica, quanto para melhoria do movimento e adaptação das articulações, passando progressivamente para terrenos irregulares com subidas e descidas.

Quando não temos a oportunidade de correr percursos toda semana, é importante correr em terreno similar ao de orientação, pelo menos uma vez por semana, para mantermos o condicionamento mental ao terreno irregular. Assim teremos menor dificuldade de adaptação quando voltarmos a realizar um percurso de orientação.

Ir ao ÍNDICE

8 de mar. de 2012

Manual do Jovem Orientista: Dica nr 17

Dica no 17: Como entrar no mapa desde o início da orientação.

A comparação mapa-terreno é uma técnica fundamental, utilizada sempre na orientação. Geralmente quando estamos em área nova, leva algum tempo para nos adaptarmos ao tipo de mapa e terreno. Quando leio um mapa, imagino-me como um ponto no local onde estou no mapa e identifico os demais objetos que estão à volta, comparando com o que vejo no mapa. Conforme vou progredindo no terreno e tudo bate corretamente, a confiança aumenta e tenho mais segurança na navegação. 

Para iniciantes este trabalho deve começar com as trilhas e depois continuar pelos objetos do relevo. A visualização do relevo depende muito da comparação com o mapa. As curvas de nível são linhas imaginárias, portanto temos que imaginá-las no terreno.

 Na época de aprendizado eu costumava ir até uma área de orientação e corria sem ponto de controle algum, apenas observando os detalhes do mapa, principalmente os detalhes de relevo, e navegava através desses detalhes. Foi assim que aprendi a “ver” e “correr” nas curvas de nível.

A melhor maneira de visualizar as curvas de nível é olhando a partir de um local alto, observando os objetos mais distintos; depois imaginamos uma rota qualquer         e a executamos, observando quando estamos subindo, descendo ou correndo na mesma altura; vamos até outro local alto e repetimos o processo adiante, com novas situações de relevo.

Mesmo quando fazemos isso em áreas conhecidas, é um bom treinamento para podermos encarar áreas novas. A sensação de subir ou descer passa a estar sempre associada a cruzar uma curva de nível, ao passo que correr na mesma altura associa-se a correr na curva de nível. É interessante ver como dá certo quando contornamos uma elevação, seguindo uma curva de nível: saímos de determinado ponto e chegamos ao local previsto mais à frente, após passarmos por várias reentrâncias e esporões. Essa interpretação das reentrâncias e esporões marcados no mapa é importante ser aprendida na prática.

A visão geral do relevo é mais eficiente quando nos vemos dentro do mapa e fazemos a associação das imagens do mapa com a realidade. Vamos associando o que vemos com a posição em que estamos no mapa a cada momento da navegação. Depois de certo tempo de aprendizado, passamos a imaginar situações que estão por vir, baseados no mapa. Fazemos uma imagem mental do que vemos no mapa e esperamos com certa antecedência encontrar objetos que são fáceis de identificar. Com a prática, esta antecipação torna-se mais comum em nossa navegação, reforçando a autoconfiança e evitando paradas desnecessárias.

Ir ao ÍNDICE

3 de mar. de 2012

Veja no blogue ORIENTOVAR: Atletas Brasileiros competem em Portugal.


ATLETAS BRASILEIROS COMPETEM EM PORTUGAL: "ESTA ESTADIA VAI SER MUITO ÚTIL"




O Portugal O' Meeting e o XIII Meeting de Orientação do Centro chamaram a Portugal quase duas dezenas de atletas brasileiros. Oportunidade soberana para treinar, competir e... conviver. Foi num ambiente de sã e fraterna camaradagem que o Orientovar falou com Leandro Pasturiza, Fábio Kuczkoski e Juliano Pasturiza. Uma breve conversa feita de partilha de experiências, projetos de futuro e esse desejo enorme de voltar a Portugal.
Veja a entrevista completa no Blogue ORIENTOVAR.