Dica
no 15: Leia o mapa correndo.
Certa
vez perguntei a um orientista russo, campeão mundial militar, como ele fazia
para ler o mapa correndo tanto como fazia. Ele respondeu que praticava
orientação desde criança e que à medida que desenvolvia a velocidade de corrida a
leitura do mapa continuava sendo constante. Para quem aprende orientação em uma
região com relevo bastante complexo esta é uma situação bastante comum. Quando
nos adaptamos à leitura do mapa correndo, mesmo em terreno acidentado, não
perdemos tempo parando para verificar detalhes. O principal é o posicionamento
do mapa, dobrado para facilitar a leitura dos detalhes próximos, com o polegar
sempre avançando à medida que progredimos no terreno.
Além disso, é
interessante ajustarmos o movimento do braço com o balanço do corpo. Para
várias modalidades de corrida, o movimento dos braços tem sua importância. Em
corridas longas ele não é tão valorizado, mas a maioria dos técnicos aconselha
a usar um balanço descontraído, para gastar menos energia e relaxar a tensão durante
a corrida. Nos movimentos das pernas e braços, assim como no posicionamento do
tronco, há grande variação de um atleta para outro, independente do
treinamento, pois varia conforme as características físicas individuais.
Quando
corremos livremente, os braços movimentam-se lateralmente, balançando
alternadamente, fazendo com que o ombro desloque para frente e pra trás. Para a
orientação, este movimento do ombro não é bom quando estamos com um mapa na mão
e queremos consultá-lo. Para lermos melhor o mapa, a mão que segura deve
permanecer estável enquanto fixamos a visão; enquanto isso, o outro braço pode
fazer um movimento circular para equilibrar o balanço do corpo. Isto deixa o
ombro estável, facilitando o posicionamento da mão à frente com o mapa para uma
leitura precisa. Este ajuste motor é essencial quando fazemos a leitura do mapa
e deve ser treinado até se tornar um hábito, praticando inicialmente nas trilhas
e depois em áreas de campo e floresta. Não conheço ainda um estudo científico a
respeito da mecânica de corrida na orientação, mas tenho praticado este
procedimento, do movimento circular do braço livre, desde que era novato na
orientação. Em corrida normal uso o movimento de braços comum. É importante que
cada orientista encontre a maneira mais confortável de fazer a leitura do mapa
correndo.
Essa
prática citada facilita a leitura do mapa e estabilização da bússola de dedo na
tomada de azimutes durante a corrida. Mas para tirar azimutes precisos, na
maioria das vezes, é necessário parar por alguns segundos para conferir a
direção e depois seguir em frente. Alguns poucos segundos de parada valem mais
do que um tempo maior de perda de tempo, principalmente quando não se acerta de
primeira vez o ponto de controle a partir do ponto de ataque, sendo necessário
voltar ou buscar outro ponto de ataque.