29 de jan. de 2012

Manual do Jovem Orientista - Dica nr 15

Dica no 15: Leia o mapa correndo.

Certa vez perguntei a um orientista russo, campeão mundial militar, como ele fazia para ler o mapa correndo tanto como fazia. Ele respondeu que praticava orientação desde criança e que à medida que desenvolvia a velocidade de corrida a leitura do mapa continuava sendo constante. Para quem aprende orientação em uma região com relevo bastante complexo esta é uma situação bastante comum. Quando nos adaptamos à leitura do mapa correndo, mesmo em terreno acidentado, não perdemos tempo parando para verificar detalhes. O principal é o posicionamento do mapa, dobrado para facilitar a leitura dos detalhes próximos, com o polegar sempre avançando à medida que progredimos no terreno. 

Além disso, é interessante ajustarmos o movimento do braço com o balanço do corpo. Para várias modalidades de corrida, o movimento dos braços tem sua importância. Em corridas longas ele não é tão valorizado, mas a maioria dos técnicos aconselha a usar um balanço descontraído, para gastar menos energia e relaxar a tensão durante a corrida. Nos movimentos das pernas e braços, assim como no posicionamento do tronco, há grande variação de um atleta para outro, independente do treinamento, pois varia conforme as características físicas individuais.

Quando corremos livremente, os braços movimentam-se lateralmente, balançando alternadamente, fazendo com que o ombro desloque para frente e pra trás. Para a orientação, este movimento do ombro não é bom quando estamos com um mapa na mão e queremos consultá-lo. Para lermos melhor o mapa, a mão que segura deve permanecer estável enquanto fixamos a visão; enquanto isso, o outro braço pode fazer um movimento circular para equilibrar o balanço do corpo. Isto deixa o ombro estável, facilitando o posicionamento da mão à frente com o mapa para uma leitura precisa. Este ajuste motor é essencial quando fazemos a leitura do mapa e deve ser treinado até se tornar um hábito, praticando inicialmente nas trilhas e depois em áreas de campo e floresta. Não conheço ainda um estudo científico a respeito da mecânica de corrida na orientação, mas tenho praticado este procedimento, do movimento circular do braço livre, desde que era novato na orientação. Em corrida normal uso o movimento de braços comum. É importante que cada orientista encontre a maneira mais confortável de fazer a leitura do mapa correndo.

Essa prática citada facilita a leitura do mapa e estabilização da bússola de dedo na tomada de azimutes durante a corrida. Mas para tirar azimutes precisos, na maioria das vezes, é necessário parar por alguns segundos para conferir a direção e depois seguir em frente. Alguns poucos segundos de parada valem mais do que um tempo maior de perda de tempo, principalmente quando não se acerta de primeira vez o ponto de controle a partir do ponto de ataque, sendo necessário voltar ou buscar outro ponto de ataque.

8 de jan. de 2012

Leticia Saltori no ORIENTOVAR


SÁBADO, 7 DE JANEIRO DE 2012


LETICIA SALTORI: "SOU CAMPEÃ TODOS OS MEUS DIAS"




Do quase anonimato, Leticia Saltori saltou de súbito para a ribalta da Orientação brasileira ao sagrar-se vice-campeã sul-americana de Orientação 2011, apenas batida pela sueca Lena Eliasson. O "Espaço Brasil" não poderia abrir da melhor forma o ano de 2012, dando a conhecer a atleta e a pessoa.

Veja também a entrevista com Lena Eliasson e David Anderson.
Eles comentam as boas impressões que tiveram do desenvolvimento da orientação no Brasil, compartilhando a mesma visão que nossos atletas da Elite têm em relação à  boa confecção dos mapas, da melhoria alcançada pelo segmento masculino, e da necessidade de melhoria no traçado de percursos, conforme os padrões internacionais, pois falta-nos ainda melhorar o traçado dos percursos de Sprint e de média distância na maioria das provas organizadas no Brasil. 
Há muitas formas de diversificar os percursos e de torná-los mais interessantes, valorizando mais as variações de rota e deixando para trás o velho hábito brasileiro de esconder os prismas em áreas verdes, procurando eliminar o fator sorte. Não sabem alguns colegas traçadores de percurso que dificultar o posicionamento do prisma não torna o percurso mais técnico, apenas mais difícil e menos justo para  a maioria dos competidores. Desde a década de 80 sou contra essa "tradição" dos traçadores, mas espero que, assim como a confecção dos nossos mapas evoluiu, da mesma forma o traçado de percursos torne-se mais semelhante ao padrão internacional. O principal requerimento do traçador de percursos é a criatividade. Com frequência fico surpreso ao ver os percursos de competições internacionais, com diferentes variações e soluções. O principal desafio é ser criativo no traçado do percurso, não na colocação dos prismas. 

QUINTA-FEIRA, 5 DE JANEIRO DE 2012

LENA ELIASSON E DAVID ANDERSSON: "NÓS, ATLETAS DE ELITE, SOMOS EMBAIXADORES DA ORIENTAÇÃO"




Para quem vive num pequeno país como a Suécia, uma viajem ao Brasil e a visita a essa gigantesca metrópole chamada Rio de Janeiro pode constituir uma enorme aventura. Que o digam Lena Eliasson e David Andersson, atletas de topo da Orientação mundial e estrelas maiores do último Campeonato Sul-Americano de Orientação. Este é o início dum percurso interior, ao encontro duma realidade com as suas próprias especificidades, num exercício de partilha a todos os títulos louvável e que tem na Orientação brasileira um destinatário concreto.