Dica nº 52: Sistema de Picotar.
Para fazer a abordagem do ponto existem duas variações de sistema: clássico e otimizado. No sistema clássico fazemos uma abordagem lógica: do ponto de ataque observamos a descrição e código do ponto de controle, observando a característica do ponto e posição do prisma. Ali geralmente utilizamos a orientação precisa, observando a direção com a bússola e contando passos ou navegando com atenção ao mapa. Ao avistar o prisma checamos o código, picotamos e a seguir preparamos o mapa ao sair na direção do próximo ponto.
No sistema otimizado raciocinamos um pouco além do ponto de controle: do ponto de ataque verificamos a descrição e código do ponto de controle, observando a característica do ponto e posição do prisma, e observando ainda qual será a rota de saída para o ponto seguinte, ou seja, vendo um pouco além do ponto. É necessário pensar o que vai fazer adiante na rota para o ponto seguinte, ou pelo menos a direção geral para sair após picotar o ponto, e ao sair analisar a rota completa. Executamos a orientação precisa e preparamos o mapa para sair do ponto ao avistar o objeto do ponto de controle ou o prisma. Aí então picotamos, checamos o código e seguimos adiante na direção do próximo ponto com o mapa ajustado.
Quando utilizamos um relógio com memória, incluímos em ambas as sequências a marcação do tempo preferencialmente ao sairmos do ponto de controle; a marcação do ponto de controle com o picote ou com o sistema eletrônico geralmente vem primeiro. Ambos os sistemas devem ser testados em treinamento, para vermos a qual nos adaptamos melhor. Também devem ser repetidos sempre de maneira semelhante, para serem automatizados com o uso constante, evitando possíveis erros.
A opção pelo sistema clássico ou otimizado vai depender de como treinamos, se sempre olhamos para a rota de saída antes de picotar, usamos o sistema otimizado e não perdemos tempo na saída do ponto; é somente uma questão de treinar para fazer sempre da mesma maneira.
Ao sair do ponto de controle é importante olharmos o mapa com atenção. Um erro comum que pode ocorrer é o de posicionarmos a bússola um ponto adiante do que estamos. Este erro é mais comum em área “branca”, onde demoramos mais para identificar as diferenças do mapa com o terreno. No percurso médio do Campeonato Mundial na Holanda, após marcar o ponto 5, eu posicionei a bússola do ponto 6 para o 7. Foi a primeira vez que isto aconteceu comigo, já com 20 anos de prática. A diferença de azimute não era muito grande, cerca de 30 graus, mas quando cheguei na distância prevista, os detalhes do mapa não estavam batendo, então percebi o erro: eu tinha que ir para o ponto 6 e o mapa estava dobrado para o ponto 7. Para corrigir o erro, posicionei a bússola na direção real que tinha seguido, medi a distância que tinha percorrido, marquei a nova direção com a bússola e dali mesmo fui para o ponto correto, após identificar um novo ponto de ataque, mas perdi cerca de um minuto com este erro. Por isso, além de executarmos o sistema de picotar corretamente, temos que redobrar a atenção ao mapa na saída do ponto de controle.
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