4 de jun. de 2011

Manual do Jovem Orientista - Dica nr 94

O Manual do Jovem Orientista tem 100 dicas. Hoje vou postar uma da segunda parte do livro, lembrando dum fato ocorrido no ano passado com Thierry Gueorgiou que atualmente voltou a figurar como número 1 do ranking da IOF.


Dica no 94: A orientação e a mídia.

A participação da mídia tem sido muito importante para o desenvolvimento da orientação, desde a divulgação dos eventos, cobertura durante as competições, e apresentação dos resultados. Os novos formatos de competição tendem a tornar a orientação mais visível e mais atrativa ao público e à mídia. Os avanços tecnológicos têm contribuído para facilitar essa participação da mídia, aumentando o interesse e visibilidade dos eventos.

Até a década de 80 contávamos apenas com a figura do locutor, para chamar a atenção do público presente nas arenas para os resultados dos melhores atletas. Com o apoio dos computadores, na década de 90 os locutores passaram a acompanhar os resultados parciais e cobrir por mais tempo a disputa entre os principais concorrentes, com alguns grandes eventos contando com telão para o público acompanhar a imagem da chegada e das entrevistas com os atletas. Surgiu também a orientação nos parques, trazendo a orientação para a cidade, aumentando sua visibilidade e facilitando a cobertura pela TV, formato que depois foi incorporado ao Campeonato Mundial na prova de Sprint. Na década seguinte, já com a implantação dos sistemas de picote eletrônico e o surgimento do sistema de rastreamento por GPS, mais ferramentas foram incorporadas à apresentação dos grandes eventos, com a arena dispondo de mais informações em tempo real e mais câmeras filmando pontos de controle intermediários. Além dos eventos de Sprint, as provas de revezamento tornaram-se bem mais emocionantes para o público presente nas arenas, assim como mais interessante para a cobertura da TV e transmissão pela Internet.

Um bom exemplo foi a cobertura do Campeonato Mundial de 2010 na Noruega, com a cobertura pela TV e pela Internet, através do site do evento e por um site esportivo da Suíça, cobrindo todas as provas. Para mim a prova mais interessante foi o revezamento masculino, que é bastante disputado desde o início. Foram posicionadas cinco câmeras no meio do percurso, mais as filmagens da arena e o rastreamento de todos os competidores, mostrando a rota dos primeiros colocados em tempo real. Na segunda perna nove equipes se destacavam das demais, com boas oportunidades de disputa, de acordo com seus melhores atletas. Na última perna saiu na frente a equipe da França, com Thierry Gueorgiou, seguido de perto na mesma variação por Valentin Novikov, da Rússia. Apenas 25 segundos atrás, na 6ª posição, estava a equipe da casa, com o campeão do percurso longo Olav Lundanes. Na parte final da prova, pouco antes de passarem na arena, seguida de um trecho final antes da chegada, Thierry estava com boa vantagem à frente de Novikov, com Lundanes logo atrás na disputa. Enquanto espectadores do mundo todo acompanhavam a rota pelo rastreamento do GPS, do ponto 16 para o 17, Thierry passou direto para o 18, enquanto Novikov seguiu para o 17. No chat da Internet começaram a aparecer mensagens de surpresa pelo fato. Thierry só foi perceber o erro mais à frente, já ao alcance das câmeras da arena, mas era tarde demais, com seu erro acabou terminando em 8º lugar. Novikov garantiu a liderança e levou o ouro para a Rússia. A prata ficou para a Noruega, mas ainda houve a disputa pelo bronze, entre Scott Fraser da Grã-Bretanha e Matthias Merz da Suíça. Ao chegarem no penúltimo ponto juntos, já visível ao público, o suíço fez uma excelente arrancada final, abrindo 7 segundos de vantagem até a chegada, garantindo o bronze. Este tipo de cobertura torna a orientação mais visível e mais atrativa para o público, incluindo aqueles que ainda não têm muito contato com o esporte.


No dia seguinte Thierry postou em seu blogue o pedido de desculpas: “Eu não tenho muito a dizer, exceto que cometi um erro. É tão simples, mas eu ainda não posso acreditar nisso e realmente dói. Eu não vi o ponto 17 do revezamento e fui direto para o 18. Eu só percebi o meu erro quando eu passei pela arena e ouvi o locutor dizer que eu perdera um ponto. Ontem, eu tinha tudo para ter sucesso: a melhor posição de partida, menor variação e, provavelmente, a melhor forma que eu já tive em qualquer corrida do WOC... mas eu estraguei tudo e tenho que pedir desculpas, em primeiro lugar, a Philippe e François, que foi a melhor equipe que eu poderia sonhar ter. E também, para toda equipe e todos os torcedores do time francês. Estou profundamente arrependido.”


Novos projetos incluem o aumento da participação, a abertura do Campeonato Mundial para novos países, e a ênfase do Campeonato Mundial como a principal vitrine da orientação, posicionando-o para a cobertura da televisão de alta qualidade. A intenção é aumentar a atração do Campeonato Mundial para atletas, mídia e espectadores.

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2 comentários:

  1. A expansão do esporte no Brasil seria intensificada se novas mídias como vídeos divulgados pela internet ou revistas eletrônicas? porque?

    dy: junior dias

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  2. As novas mídia ajudam na divulgação do esporte, principalmente entre o público jovem. As revistas eletrônicas são um meio bastante eficaz, visto que a orientação tem pouco espaço nas revistas esportivas tradicionais. Todos esses meios devem ser explorados pelos organizadores de eventos de orientação e pelos próprios praticantes do esporte.

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